Quero provar agora, para você, que sua existência vai muito além do tempo em que você caminha por essa terra. E isso não tem nada a ver com religião.

Se você me conhece pode estranhar o fato de eu dedicar um tempo para escrever sobre vida eterna. Respeito qualquer que seja sua crença, mas esse artigo não é sobre fé. Gosto de tratar de assuntos dos quais posso experimentar.

A humanidade em busca da imortalidade

Porém é preciso ressaltar que o desejo pela vida eterna guiou nossa história, formou o caráter de grandes homens e mulheres que levaram a humanidade a conquistar a qualidade de vida que temos hoje.

Mas essa busca também resultou em muito sofrimento.

O desejo de chegar em Valhala, um salão onde os mais bravos guerreiros Vikings viveriam eternamente ao lados dos Deuses nórdicos, motivou as temidas invasões dos escandinavos aos países vizinhos entre os séculos VIII e XI.

E não precisamos voltar tanto tempo, ainda hoje a certeza do paraíso, motiva fundamentalistas religiosos às mais terríveis ações contra si e seus semelhantes.

Segundo Yuval Harari, em seu livro Homo Deus: uma breve história do amanhã, a humanidade está finalmente alcançando a possibilidade de viver indefinidamente, até que algum acidente de percurso interrompa a vida. A morte natural, não seria nada mais do que falhas técnicas em nossa estrutura biológica, e a ciência está mais perto do que nunca do conhecimento necessário para contorná-las.

Não é difícil chegar a conclusão de que isso implicaria em muitos outros problemas como, por exemplo, a falta de espaço para que as novas gerações se manifestem, já que a população “mais velha” ainda seria ativa.

Já imaginou que caos seria nas mais diversas situações, como o trânsito nas grandes cidades e o mercado de trabalho?

Então, se a busca pela imortalidade, longe de ser uma solução para nossas aflições, gera mais ansiedade e pode ser ainda mais perigoso para nosso futuro, será que vale a pena nos preocuparmos tanto com isso?

Se você viveu nos anos 90, vai saber que Connor MacLeod, personagem de Christofer Lambert no filme Highlander, não era uma pessoa feliz, mesmo sendo um guerreiro imortal.

Nesse link fiz uma reflexão sobre o sentido da vida e conto como foi libertador para mim aceitar a morte.

Vivemos para sempre

Embora aceitar a morte pode ser uma forma de aproveitar melhor o tempo que temos, ela não encerra nossa vida. Vejo que somos todos eternos, sejamos pessoas boas ou más.

Parece confuso, né?!

Já que a morte não é o assunto de hoje, vou tentar usar exemplos de sua própria vida para explicar melhor essa ideia.

Vamos fazer um exercício de consciência…

Olhe ao seu redor, observe os objetos que fazem parte do seu dia a dia, veja como são importantes e que falta fariam se você não os possuísse. Pare a leitura e faça isso.

Talvez você não pudesse estar lendo esse texto, se não tivesse seu celular, tablet ou computador. Não é mesmo?

A não ser que você tenha o estranho costume de ler com o corpo completamente nu, é bem provável que esteja vestindo uma ou mais peças de roupa. Então feche seus olhos por alguns instantes e sinta o toque do tecido em sua pele e veja como essa sensação é boa.

Agora pense em quantas outras pessoas colocaram tempo e energia, ou seja, suas vidas, em cada um desses objetos para que a sua pudesse fluir melhor. Pessoas que talvez não existam mais fisicamente, mas se fazem presentes através de seu trabalho.

No caso da roupa, ao longo do tempo, desde a primeira pessoa que teve a ideia de vestir o corpo, o primeiro costureiro, estilistas e as pessoas que desenvolveram as ferramentas e tecnologias, e que de alguma forma participaram da confecção de cada peça de roupa, cada uma delas foi importante para que você pudesse ter o que vestir.

Pense também em seus avós, pais, cônjuge, filhos, professores, amigos, ou qualquer pessoas que fez, ou ainda faz parte da sua vida. Tenho certeza de que uma boa parte de cada uma pessoas vive em você. De alguma forma, sua maneira de ser e de agir, foi influenciada por cada experiência adquirida no relacionamento que tem ou teve com elas.

Você as levará consigo para sempre e as transmitirá para outras pessoas através do convívio e das coisas que produz, e assim por diante cada pessoa levará uma parte da vida de todos que a antecederam.

Conclusão

Portanto, não há como negar que a partir do momento em que nascemos nos tornamos eternos.

Assim como nossos familiares e amigos, ou tantos inventores, artistas, filósofos, profetas que vieram antes de nós, também deixamos marcas que reverberam por sucessivas gerações.

Para mim, não há dúvidas de que viveremos para sempre, cabe a nós escolhermos se as marcas que nos tornam imortais serão boas ou ruins para a eternidade ou enquanto a humanidade existir.

Devemos ter o hábito de nos sentirmos gratos pelas vidas dos que nos antecederam, pois elas fazem parte do que somos hoje e seremos amanhã.

Certa vez ouvi de meu amigo, professor Rogério Brant, uma frase que me tocou muito:

“O melhor que podemos fazer por quem amamos é sermos felizes.”

A melhor forma de alcançar a felicidade é saber que seremos sempre uma presença positiva na vida de quem nos sucederá.

Pense em seu legado, aprimore seu comportamento, construa coisas boas e viva para sempre!

Respostas de 2

  1. Ah meu querido, quão profundo é esse pequeno grande texto. Impossível não fazer todas as reflexões propostas. Grata, profundamente grata, por sua partilha. Paz e luz.

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